segunda-feira, 6 de julho de 2020

RECURSO DE EXCELÊNCIA






 







A palavra canta como quase nenhum outro recurso o faz
e só a música que está no seu âmago a suplanta

Isoladamente
ela pode querer dizer tudo e o seu contrário
e basta consultar um dicionário que o confirmará

Porém e até porque no princípio era o V/verbo
conjugada com outros vocábulos
a palavra também pode exceder as melhores expectativas

Na sua chama e conjugada
a palavra consegue cantar a Humanidade e a sua história

Canta(r) foi o que
repetidamente
já escrevi
e ao conseguir cantar
ela sublima-se a si própria dando novos mundos ao Mundo
ou dito de outra maneira
a ele lhe acrescentando valia

A poética da palavra ou recurso de excelência
 é música concentrada

Na palavra ressoam harmónicos e dissonantes e ela é o cerne da música
essa sim e tal como as artes plásticas ou as belas-artes em geral
 que não careçam de tradução
linguagens universais





um poema tal qual um texto corrido







Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Julho de 2020






sábado, 21 de março de 2020

MANIFESTO














Povos de todo o Mundo
uni-vos
para vencer o vírus
é chegado o momento
de não hesitar e a contento


Estarmos à altura de dar
o nosso melhor
sem matar
a economia que é ar
e que não pode parar


Povos de todo o Mundo
uni-vos
no que nos possa criar
margem que defenda a vida
por muito a termos de amar


Povos de todo o Mundo

UNI-VOS





 por todas as vítimas mortais do COVID-19a seus familiares, o meu profundo pesar







Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Março de 2020







quarta-feira, 20 de março de 2019

O QUE FALTA

















os fascismos de todos os matizes há muito que perceberam que, para se imporem e num primeiro tempo, há que ganhar eleições ainda que se democráticas forem

tendo em vista o seu enraizamento e aprofundamento e agindo em consonância, à Democracia e aos democratas em geral falta, por seu turno, aprenderem que há coisas que não se sujeitam ao sufrágio universal nem à lógica imanente às ruas ou
 às redes sociais

a saber, as questões de princípio que à Democracia a sustentam e salvaguardam e tanto mais quanto se sistematizadas em Obra que aqui, em parte, perseverante se patenteia no respeito integral pelas instituições democráticas o que congruentemente e sem tibiezas, há dezenas de anos e na primeira pessoa, essa que é o destinatário último dessa mesma Democracia assente na Declaração Universal Dos Direitos Humanos, na primeira pessoa, repito, persigo







de como a catástrofe ciclópica que se abateu sobre Moçambique, Zimbabué e Malaui na qual choro as suas incontáveis vítimas, incontornável, vai impondo o que com toda a oportunidade escrevi em Alta Política









Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Março de 2019








sábado, 2 de março de 2019

ALTA POLÍTICA







Partenon, Atenas








 Inclusiva
a Alta Política não aponta o dedo a ninguém o que, aliás e lá vaticina a Educação, é gesto muito pouco recomendado

a Alta Política e pelo exemplo aponta, isso sim, o caminho a seguir

pacificamente e pela palavra, sua arma de excelência, pelo exemplo e nele se resguardando na primeira pessoa, a Alta Política fala, em público só escreve em nome próprio indefetível, paciente e espera, desta feita, vir a reunir urgentes consensos políticos tão vastos quanto possíveis forem

em nome da Paz e do combate às alterações climáticas o que, bem vistas as coisas, são uma e outra face da mesma moeda

com toda a transparência e congruência, encarno a Alta Política e por Vós todos, em nome da Democracia sem a qual a Paz e o referido combate não passariam de um difuso anseio mirífico, conferindo plena soberania ao Multilateralismo, portanto, permaneço inamovível





Alta Política ou arte de reunir os mais vastos quanto universais consensos políticos









Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Março de 2019






domingo, 10 de fevereiro de 2019

INVISÍVEL VISIBILIDADE






fotografia de Manuela Baptista







O que escrevo está marcado por uma invisível visibilidade

Embora poucos me leiam, a palavra transparece como as multidões o não conseguem e ela é tanto mais transparente quanto permanece fiel

Fiel ao que diz e escreve, a si mesma, portanto

Atendei-a, pois, sob pena de nada valer

Atendei-a como marco de referência democrático sem o qual todos os outros ângulos da Democracia de pouco ou nada servem, valem ou fazem, sequer, qualquer sentido







com o coração constrangido pelos pontapés que, mundo fora, se dão na gramática, em prejuízo dos Povos, da Arte e da Dramática











Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Fevereiro de 2019





segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

DEFESA DA MINHA PÁGINA ANTERIOR













das entrelinhas que dela se abrem, abrem e não fecham


Do que me parece sobre o que, em diálogo com o Papa, Lhe escrevi na minha página anterior:
Ao seu apelo de oração por que se transmita a fé em diálogo com a cultura, respondo-Lhe com a questão essencial, primordial, chamei-lhe no meu blogue que, em simultâneo, sendo cultural é, também, uma questão de fé e/ou não fé, aquele a que chamaria o diálogo dos diálogos culturais.
De fé e/ou não fé já que uma não vive sem a outra e Deus sem ambas!
Havia mesmo de se invocar o Santíssimo se Nele não houvesse quem não crê-se e se, portanto, constituísse uma clamorosa evidência!
A questão de crer ou não crer que poderia ser considerada como estando na génese de toda a conflitualidade entre religiões e culturas, no meu curto texto, intelectual e/ou culturalmente, num ápice, a resolvo pondo a nu, essa sim, uma evidência e pleonasmo à parte, no induzido elogio da separação de poderes abrindo espaço, consagração reforçada à laicidade, nomeadamente, a dos Estados hoje tão questionada, vista a partir da perspetiva do crente e ao encontro dos desejos do Papa - não nos esqueçamos que é no Novo Mundo que reside o dilema com que a Igreja se defronta, tanto mais quanto na concorrência com outras que lhe vão levando a palma e que, simbolicamente, à eleição de um Papa sul-americano justificou - num breve texto que é, em simultâneo e em si mesmo, um ato de fé quanto de cultura sem deixar o encargo por mãos alheias!
E instando à Paz que, na laicidade, apenas nela lhe está implícita, neutralizando, intelectualmente que é por aí que tudo começa, o terror.
















Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Janeiro de 2019







quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

FÉ & CULTURA, DIÁLOGO PRIMORDIAL












em diálogo com o Papa cujas afirmações seguem por link e devidamente transcritas:



« Rezemos para que as pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da fé encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias em diálogo com a cultura. »

Papa Francisco, Dezembro 2018





PAPA  FRANCISCO


Santo Padre,


Obrigado pela partilha que connosco faz!
É como dizeis:
De que adianta invocar o Santo Nome se cair em saco roto?
Dir-se-á que nunca cai em saco roto mas para um ateu, cai mesmo, melhor, só de O se ouvir pronunciar, afugenta-o.
Daí achar sempre que nada como O subentender sem O explicitar.
Sabe, Santidade, nas entrelinhas da complexidade de um texto, da palavra, portanto, a imensidão do Cosmos porque se um texto é plano, digamos ou sem profundidade, tudo o que dele releva é a evidência e mesmo se a Deus se O invoca, reduzindo-O ao que Ele, acima de tudo, não é:
Evidente porque se o fosse, a eterna questão de crer ou não crer, tal como Ele, não subsistiriam ad infinitum.
Implícito ao que aqui Lhe deixo e nas entrelinhas que deste meu curto texto se abrem, sempre e por suposto « … em diálogo com a cultura. », também eu e nelas mesmas, fé e cultura aqui presentes e coloquiantes, em conjunção, portanto, as sublinho!


Vosso e sempre













Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Dezembro de 2018