sábado, 24 de janeiro de 2009



V Série

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DIÁLOGO

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Amigo,


Antes de mais Bom dia!


E parece mesmo ser um dia bom, pois a chuva foi embora e o sol brilha.


Vamos então ao que interessa:


O meu Amigo diz numa das suas conversas que tem com os seus comentadores, que gostaria que os comentários deixassem de ser aprovados por Si... compreendo perfeitamente o que diz mas não o aconselho a tal fazer. Muito simplesmente há milhares de pessoas que todos os dias se passeiam pelo mundo da blogosfera, e há sempre aqueles que não respeitam pura e simplesmente nada nem ninguém e pode-se arriscar a ter comentários absolutamente absurdos para não dizer indecentes.


Eu sei o que digo pois, por vezes. encontro comentários desses em alguns blogues , ou vejo comentários que foram eliminados e os proprietários dos blogues a queixarem-se e a manifestarem o seu desagrado.

É por isso que acho que tal não deve fazer, ir-se-ia sentir ultrajado.


Todos nós, aqueles que visitamos a Sua casa, nem por sombras o quereríamos ver desanimado.


Um grande beijinho sempre extensivo à Doce Manuela


Filomena
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FILOMENA

Minha Querida Amiga,

Antes de mais, começo como a minha Amiga (!), obrigado por esta Sua reflexão que, perdoar-me-à, decidi, unilateralmente e logo, sem Lhe pedir licença, editar em primeira página.


Faço-o um tanto receoso da Sua reacção mas como o que me escreve tem a marca da inconfundível preocupação de amiga que com o Seu amigo se preocupa, logo por isso não vejo porque não o deva fazer e é mesmo gratificante que essa preocupação, à cabeça, seja destacada;


Faço-o ainda porque vão sendo vários e significantes os Seus gestos de amizade logo a começar naquele em que sem me prevenir e para minha grande surpresa, me deu este blogue, prontinho a ser utilizado ou teclado, mais a condizer com a bonita fotografia que escolheu para o emoldurar;


Faço-o depois e também porque muito antes de poder usufruir deste meu blogue, já a minha Amiga me editava no Seu, no em segredo como em A minha Vida é Só Minha!, o que, no melhor sentido me obriga a mim a corresponder-Lhe dando-Lhe o devido destaque.


E como no que me escreve não se contém nenhuma inconfidência por um lado e pelo outro chama à colação a eventual inconveniência de comentários que a não serem sujeitos ao crivo do autor o poderiam levar a sentir-se ultrajado, sendo este um assunto de reflexão candente, achei por bem, não só destacá-lo, ao assunto, como a entrar em diálogo Consigo e também por aí, só o poderia fazer se a Si a colocasse editada nesta página e com igual destaque.


O diálogo faz-se de igual para igual e essa equidade também se afere pelo destaque concedido!


Mas o diálogo, mesmo se apenas entre duas pessoas, também é trino, triangular, trinitário, é como um trio onde havendo um solista, o músico que no momento sobressai, toca ou canta, dialoga, por outros dois também é acompanhado e mais, onde o seu solo, sem os outros dois, pouco sentido faria e mesmo que desafinem ...


Ao falarmos os dois um com o outro, aí também há um terceiro vértice e que ora está em Si como em mim e a que chamaria esforço de distanciamento ou ponto de encontro que às duas partes as une em busca das pontes de entendimento resolutivas.


Diz Amélie no site que logo a esta minha carta se segue que é melhor consertar a vida dos outros do que a de anões de jardim ...!?


Ao que ela diz acrescentaria que sim, que tem razão, mas se eu conseguir não deixar os anõezinhos de fora, tanto melhor!


Quero com isto escrever que se é certo, poderei ficar sujeito a um enxovalho se não exercer o meu crivo autoral, só me enxovalho se me deixar enxovalhar, impressionar com algum impropério e não conseguir dar a volta ao texto coisa que com modéstia julgo saber fazer, isto é, arranjar maneira de por mais baixo que desça o nível da conversa, conseguir sempre dar-lhe a volta e para isso, diz-me a experiência, basta que o queira, isto é, que seja essa a minha intenção já que calo não me falta.


E depois, minha Querida, sabe, este processo do crivo que gostaria de eliminar do meu blogue e pesem embora todos os estremosos cuidados que tem comigo no desejo de me salvaguardar e embora nos blogues por onde tenho circulado, A Casa da Venância, os Seus, o Sete Mares, Olhar de Xisto e Diário de um Paciente como em salvadorvazdasilva, nunca o tenha sentido, muito antes pelo contrário, lembra-me sempre o lápis azul!


Filomena,


Prefiro impropérios a amens, o desafio de conseguir-lhes dar a volta e mesmo se me sinta chocado mas tocado (!), do que um cinzentismo unanimista onde as pessoas, no fundo, não se deixam tocar de todo limitando-se a marcar o ponto.


Que me diz!?


Se depois do que Lhe escrevo aqui, achar que tenho razão e muito embora tenha a Sua do Seu lado (!), pode explicar-me, inclusivé na caixa de comentários, como poderei eliminar o meu próprio crivo ...


Agradeço-Lhe e no entanto, todas as Suas atenções!


Reconhecido, um grande beijinho para os Seus como para Si, Seu


Jaime Latino Ferreira


Estoril, 24 de Janeiro de 2009


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http://www.youtube.com/watch?v=pCSxAhAkGiY

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http://www.youtube.com/watch?v=hWpcUrw44HM


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9 comentários:

Anónimo disse...

Este Jaime está sempre a surpreender-me pela positiva!... foram as minhas palavras assim que cheguei ao seu Blogue, vinda de comprar mais uma malita! Que hei-de eu fazer, é uma paixão que eu tenho por carteiras!!!

Ora bem, falando agora a sério: claro que compreendo e aceito o seu ponto de vista.

Para colocar comentários livres é só ir às definições, depois aos comentários e clicar onde diz qualquer coisa como" comentários abertos a todos, também a anónimos"
Também pode escolher uma versão mais light e clicar em comentários para contas google( acho que é assim).
Espero tê-lo ajudado.
Alguma coisa mal explicada é só dizer!

Sempre às ordens.

Beijinhos para Si e para a Doce Manuela.

Filomena

Anónimo disse...

FILOMENA

Querida Amiga,

Muito obrigado e aproveitando a deixa, alterei também o formato da janela de comentários!!!

Malitas, pralinés e até parece que a minha Amiga não nos está sempre pronta a surpreender também ...

... pela positiva, claro!

Um beijinho

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Janeiro de 2009

Ana Cristina disse...

Olá Jaime

Agora que as instrucções da Filomena já aí se encontram, vamos vê-lo, de certo, a abdicar do "lápis azul" de má memória...

Que desafios se seguirão?
Que epopeias de opiniões?
Que duelos de palavras?

Uhm, pago para ver, ou melhor, para ler e quem sabe tomar um ou outro partido (desde que não seja o de nenhum daqueles grupos coorporativos que têem assento num semicírculo de nome Assembleia da República...)!!!

Alguém que muito admiro e de quem muito gosto, afirmou recentemente sobre os blogues e os comentários neles inscritos :

" Um blogue é para ser lido!"

Fiquei a pensar...
Um blogue é para ser lido sim, como se de um livro se tratasse.

Um livro que vai sendo escrito mediante publicação imediata.
Um livro que por abrir aos leitores uma caixa de comentários lhes permite entrar na história e dela fazer parte na hora.

Ora o autor do livro pode querer ou não que essas personagens tipo "aliens" minem a sua história,usurpem a autoria do livro, reclamem para si direitos de autor e porque não comissões de "vendas" em tempos de crises continuadas ;)

É neste contexto que o autor e personagem principal do "livro" tem de optar pela "ferramenta azul" que tem ao seu dispôr e decidir o que fazer com esta caixinha de comentários que pode transformar-se, ou não, numa caixa de Pandora!

Eu vou passando para ler o livro. Porque ao fazê-lo mantenho-me perto de si e da minha querida amiga Manuela.

Porque ao fazê-lo sinto que partilho da vossa vida pese embora a distância,apenas geográfica,que nos separa.

Porque gosto de ler.
Porque também gosto de participar, emitir opiniões,partilhar sentimentos e emoções.
Porque adoro a cor azul e por isso também aí me sinto em vantagem :)


Manuela, lembra-se quando em anos que lá vão discutiamos os factores de risco da pobreza e de como eles se reproduziam de geração em geração?

Lembra-se como uma das conclusões, para a manutenção do ciclo da pobreza, nos apontava sempre no sentido da completa ineficácia das organizações que diziam intervir nesta área?

Já viu como é fácil fazer o paralelismo com a tão badalada "situação de crise" que vivemos desde ..... sempre!!??
No comments...

Um grande abraço.
Ana Cristina

Ana Cristina disse...

UAU, já está lá, já entrei no livro...e ainda por cima com foto.

Fixe!

Beijinhos.
NINI

Anónimo disse...

ANA CRISTINA

Belíssima Amiga,

Demorei um bocadinho porque, como compreenderá, estava a afiar o lápis que, no caso e se atendermos à cor com que estas palavras Lhe são dirigidas, é preto!!!

Mas, entendamo-nos, gosto muito da cor azul ...!

Um livro é uma hetero-construção e mesmo se falamos de um livro na sua formatação tradicional já que os personegens que o povoam, povoam a mente do autor e com ele, de algum modo, vivem, cruzam-se ou se cruzaram.

Aqui, o livro, se é feito de palavras e estou de acordo Consigo, elas têm nele um lugar central, é também feito de música e de imagens paradas ou em movimento, elas também a ser lidas, interpretadas na sua conjugação com a palavra e a sua interactividade, pró-actividade amplifica-se de tal maneira que todos nos podemos vir a sentir como partes significantes na sua autoria.

Imagine que, de hoje para amanhã, alguém resolve borrifar-nos este espaço com um inominável impropério.

Na vida, não estamos livres de tal nos poder vir ou já ter acontecido.

Há mesmo momentos na vida em que só nos apetece é dizê-los!

Que fazer então?

Fechar-me num puritanismo besta e eliminá-lo para o lixo!?

Somar impropério maior ao impropério produzido!?

Ou, pura e simplesmente, neutralizá-lo!?

Colocando, agora, a questão de outra maneira:

Muitas vezes, é escusado negá-lo pois tal seria puritanismo besta, os meus jovens alunos adolescentes dirigem-se-me com expressões do género bué, nice ou outras enquanto eu, a eles me dirijo com outras que, quantas vezes (!), não percebem e, nem sequer (!), acusam o toque nem, por não me perceberem, me pedem, tão pouco, qualquer esclarecimento.

É, então, o registo vernáculo contra o calão corrente a desenvolverem-se em dimensões intocáveis, herméticas, autistas entre si e falhas de connecção.

Já experimentei, não por sistema mas antes, ocasionalmente e em sala de aula, de repente e surpreendendo-os a todos, lhes responder utilizando o bué da nice ou outra qualquer, diante da sua própria perplexidade.

Como se entendessem que eu estava a fazer batota saindo do meu palco ou do meu mundo e imiscuindo-me com o deles, provocando assim como que um curto-circuito.

- Alto aí, mas então o stôr consegue falar como nós (!?), subentende-se então do silêncio que se desencadeia.

- Oh diacho, prolonga-se o silêncio, se assim é, se o professor domina o nosso linguarejar, não valeria, então, a pena tentarmos perceber o que ele diz!?

Eu, pelo meu lado, a esse silêncio contrastante respondo-lhes então, mas olhem lá, se vocês falam uns com os outros assim, porque não hei-de eu falar assim convosco, há algum problema?

- Ah, mas o stôr é um stôr e sentindo-se logo traídos, diria melhor, chocados por se verem espelhados, reflectidos em quem menos se esperam ver, logo o ambiente se desanuvia e percebem ... que talvez seja melhor fazerem um esforço por comunicar, ainda que lhes custe e custa muito, no registo dos mais velhos já que aquele, ao menos, é para ser mantido como código da sua tribo!

O princípio, Minha Querida Ana Cristina é este e embora implique riscos e o domínio dos códigos dos mais novos, não deixa de os catapultar para outros.

Só Lhe peço uma coisa:

Não se limite a passar para ler o livro, escreva nele, e quando entender que deva publicar em primeira página alguma coisa Sua, mande-me e explicite-o por mail.

Terei muito gosto em o fazer!

Um beijinho,

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Janeiro de 2009

Anónimo disse...

A herança não desejada

É verdade Ana Cristina, a reprodução dos factores de risco e a herança aparentemente infinita da pobreza entendendo-a como privação material e cultural continua por aí!

Apesar de todos os programas com siglas engraçadas, repetitivas e desgraçadas; rendimentos sociais ou associais, muito dinheiro que se evapora transformando muitas vezes as pessoas em pedintes exigentes.

Se chove pouco o Estado compensa, mas se chove muito também!

Se as vacas não engordam o Estado dá vitaminas, mas se o bife tem gordura é caro e faz subir o colesterol, a culpa também deve ser de alguém.

Se os meninos são mal educados a culpa é decerto do professor porque além de não os ensinarem como deve, não os deixam telefonar às mães para lhe contarem mentiras e aos amigos para combinarem idas ao Freeport de Alcochete.

E desconsolados ouvimos pela enésima vez Alfredo Bruto da Costa e pensamos que há qualquer coisa errada nisto tudo...

Isto tudo e sempre a crise que só ajuda os que se desculpalizam com ela.

"A paz duradoura não pode ser obtida sem abrir um caminho para que uma ampla parte da população saia da pobreza" declaração do comité que atribuiu em 2006o Prémio Nobel da Paz a Muhammad Yunus.

Já passaram dois anos.

E para animar Ana Cristina, façamos como a Filomena e vamos aos saldos
comprar um monte de malitas para encher de sonhos!

PS para a Filomena: sou doce mas também tenho sentido de humor :)

Beijinhos

Manuela Baptista

Anónimo disse...

Manuela!

Tem humor tem! E que humor!

Adorei.

Beijo grande

Filomena :)

Anónimo disse...

DOCE HUMOR

Entreabro a porta e lá dentro oiço o inconfundível bru-á-á mulherio que com mais do que sustentável leveza cogita dos factores de risco à pobreza, desta passando por Bruto da Costa ou pelo o Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus e aterrando, de súbito e pelo Freeport, nas delícias das malitas ...!

Exito em fechar de novo a porta, discretamente e contendo o riso temendo delas, das malitas ver, incontido, o humor a sair aos trambulhões denunciando-me ali especado na inconfidência de as ouvir, a elas, à Filomena, à Ana e minha mulher assim desprevenidas e apanhadas com a boca na botija das irresistíveis malitas que fazem o sonho de qualquer uma.

Não me mexo, mal respiro e afogo a gargalhada denunciante num trejeito mal disfarçado de caretas atrás da porta antes de assumando na sala com distinção me reclinar e finalmente Lhes dizer:

Bons olhos Vos vejam minhas queridas, bonitas caritas e venham de lá as malitas!

Ana, também perde a cabeça com elas!?

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Janeiro de 2009

Anónimo disse...

Ah, seu malandro!

E nós que não demos por nada!

Conte amanhã com uma exibição das preferidas ( as malitas! )num qualquer blogue, mesmo ao virar da esquina...

Fique bem

Filomena