segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ACTOR

Na minha circunstância
e diante dos acontecimentos
que me rodeiam
desempenho um papel
que vou criando
árvore que se enraíza
sou actor
-
Sou o actor
não divorciado do real
a tempo inteiro
de corpo inteiro
-
Actor
-
Sou actor e o sustento
autor de tudo o que invento
-
E o que invento
está lá
aqui
nada de novo eu tento
ou vi
a não ser o que escrevi
-
E se escrevi
foi porque estando eu atento
nas máscaras que vesti
o ouvi
e o senti
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Agosto de 2009

1 comentário:

Jaime Latino Ferreira disse...

ISABEL VENÂNCIO


Nunca se foge ao tema desde que se tente abordá-lo ...

Gostar de música é, afinal, a condição para dela se saber!

Naturalmente que percebo que preferiria a Flauta Mágica mas essa, já por mais de uma vez a ilustrei aqui, coisa que ainda não tinha feito com o D. Giovanni.

Eventuais desvios ...!?

A História é a permanente tentativa, aproximativa, de acertar o que para sempre se desvia e a Arte, nessas encruzilhadas, fica, para sempre, como o sublime reencontro!

Seja um filme como Amadeus que não tem a presunção de ser um documento historiográfico ou a própria música de Mozart que o não escamoteia nem amputa do que nele é essencial, a sua criatividade.

O que está escrito, está escrito e ... é ele!

É ele próprio, quer o que se interprete, quer o que das suas interpretações a nós nos toque, o público, seu destinatário.

O autor é tudo, a sua circunstância mas também a sua obra que é, essa sim, incontornável.

Um beijinho,


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Agosto de 2009