terça-feira, 18 de agosto de 2009

IMAGINÁRIO

A desmaterialização das fronteiras aponta para o imaginário e o meu imaginário não se rebaixa nem se degrada.
Faço por isso todos os dias, por vezes mais do que uma vez ao dia e em particular, no que concerne ao que, por aqui vou, pelos contornos do que Vos escrevo, deixando.
Real imaginário ou imaginário real?
Persigo o real, exuberante como ele é, deixando aqui apenas pequenas notas, apontamentos, a poética do seu inaprisionável e perpétuo, multifacetado dinamismo ...
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O ABISMO DOS MARES
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Olho-te mar e penso
se o que vejo é superfície
se um céu que está suspenso
encapelado e bem tenso
que vai da tona ao abismo
denso
de água salgada
reflexo de luz estrelada
onde voam peixes
nada
estrada iluminada
ar de todo um mundo imenso
que à superfície refracta
qual fronteira que dilata
onde meu corpo prostrado
aprisionado
pesado
na terra seca se achata
mais pesado do que o ar
ata que ata e desata
assim se deixa suar
e do imaginário sonhar
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Mas se eu souber sonhar
um dia poderei nadar
pelo ar
mais que voar
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( Aprender a Voar )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Agosto de 2009
Degas

2 comentários:

manuela baptista disse...

O Mar tem-nos dado cá uma pancada!

Mais que nadar, é voar. Então vamos lá aprender a voar.

Manuela Baptista

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA


Insinuas que a minha pancada é grande, está visto!

Há quem diga que chamar maluco ao parceiro é o melhor elogio por isso ... vamos lá aprender a sonhar.

A sonhar, a nadar voando!

Beijos


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Agosto de 2009