sábado, 12 de dezembro de 2009

NADA DE METÁFORAS

Parece ser cada vez mais consensual e pacífico entre a comunidade científica, a constatação da influência antropogénica, humana sobre o clima e o ecossistema global.
Basta olhar para um rio que se polui por influência da actividade humana ou da mesma sobre a atmosfera, poluindo-a e sendo certo que nem o rio, a água conhece fronteiras estanques como o ar também não.
Não menos consensual será admitir-se que alarmismos não conduzem a outro que não seja o lado de, pela impotência que logo suscitam, ficarmos a alimentar essa nossa propensão escatológica, diria, que satisfaz não a discussão lúcida, serena e razoável, verdadeiramente mobilisadora, mas toda a ordem de catastrofismos conducentes, escrevia, ao lado de coisa nenhuma.
Acrescentaria ainda, talvez importe sublinhar, que toda a ordem de instrumentos e ferramentas aferidores de tendências que hoje possuímos, não os possuíamos ainda não há muito tempo, que o tempo nestas coisas se mede a uma escala que ultrapassa a geração dos nossos avós, pelo que não sei até que ponto se poderão, a este nível, tirar conclusões irrefutáveis.
Diria ainda que a atitude científica não se pauta pelo consensual mas pelas rupturas e pelo factual, é irreverente e desenvolve-se, quantas vezes senão todas, a contra corrente, não é ditada por modas ou pelo pensamento dominante num dado momento, não é, tão pouco, politicamente correcta nem se sujeita, ai de nós se assim o fosse (!), a diktats impostos por maiorias electivas ou manifestações de massas.
Se consensual se torna a influência antropogénica, humana sobre o ecossistema global e diante de todas as dúvidas, perplexidades e apreensões que esta suscita no evoluir de certas tendências para cenários que se traçam, cenários que são sempre cenários e não mais do que cenários (!), na dúvida e diante de todas as angústias e incertezas, estou de acordo, não há nada como prevenir e na prevenção, sublinho-o, está o ganho e tanto mais quanto se invista na reconversão energética que às energias não renováveis, logo causadoras de tantos conflitos e amputadoras das autonomias, as cinja ao estritamente indispensável!
A esta luz se justificam as negociações em curso na Conferência de Copenhaga que há que levar, assim o espero, a bom termo!
A Terra integra-se, porém, num ecossistema maior, o Sistema Solar e este na Galáxia, a Via Láctea a que pertence e esta no Universo e se, é certo, a influência humana não poderá deixar de ser equacionada no peso que sobre o clima, nefasta ou positivamente poderá ter, certo é que outros olhares mais abrangentes ainda, não poderão deixar de ser equacionados quando a estas candentes questões as abordamos.
Da atitude científica, importará não esquecer, é indissociável o espírito crítico e a capacidade interrogativa que faz questionar o que, aparentemente, se dava como inquestionável.
E esta minha pergunta, aquela que se segue e com que, por fim, darei por encerrada esta página escrita ainda no pano de fundo da Conferência de Copenhaga, carrego-a de há muito, sobre ela exaustivamente elaborei num encadeado de hipóteses e de ensaios que a este blogue o precederam e que aqui não cabem, aflorei-a também já neste meu blogue e que a mim próprio, confesso-o, ainda me surpreendem e até hoje, para ela não encontrei cabal e peremptória refutação, com tudo o que ela também implica na abordagem das questões que da conferência estão pendentes e que aqui, dificilmente, se poderão desenvolver:
E se tivéssemos atravessado um Buraco Negro, tão difícil de se ver quanto de demonstrar termos, de facto, atravessado (?), perguntei outro dia e uma vez mais, sabendo bem do risco que corria na salvaguarda do meu bom nome e equilíbrio mental, a pessoa conhecida e perita em questões ambientais.
Essa pessoa logo nervosamente me respondeu de fugida que o mais certo seria que nos desintegrássemos e eu, de seguida, não deixei de lhe retorquir prontamente:
- O mais certo é uma coisa, que tal tivesse acontecido é outra e nem sempre o que acontece é o que dávamos por certo poder vir a acontecer!
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Dezembro de 2009

10 comentários:

manuela baptista disse...

Muita matéria para reflexão

mas sobretudo para um estudo científico aliciante!

Quanto aos buracos negros...

é muito melhor cantar

"for unto us a child is born
a son is here"

Manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Minha Querida,

Aliciante dizes tu e nem metade o seria se toda essa matéria de reflexão não fosse enquadrada, precisamente pela travessia de um Buraco Negro não metafórico, astrofísico!

Quanto a cantar ... canto contigo.

Um beijo de boa noite


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Dezembro de 2009

Linda Simões disse...

"Basta olhar para um rio que se polui por influência da atividade humana"...


Basta que o homem tenha consciência do seu grau de responsabilidade...E pense coletivo...

O futuro é agora.

...

Beijoqunhas

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Minha Querida,

Basta olhar para Si para perceber que está em todas!

Beijinhos


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Dezembro de 2009

Linda Simões disse...

Eita!

Estar em todas é bom ou ruim?


rsrsrs


Beijoquinhas

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Minha Querida,

Já tinha saudades do seu eita!

Estar em todas aqui, no Seu caso, foi o elogio que na altura me ocorreu fazer-Lhe e significa:

Estar sempre empenhada, mobilisada diria e escreva sobre que assunto for, estar em todas as páginas.

Eita Querida Linda!

Ria-se, ria-se e apanhe lá este beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Dezembro de 2009

Linda Simões disse...

Já apanhei o beijinho,

obrigada!


Sou assim, serelepe...

hihihihi


Beijoquinhas


Manuela,ó Manuela!

Jaime Latino Ferreira disse...

LINDA SIMÕES


Querida Amiga,

Está a chamar pela Manela, porquê, julga que ela vem em Seu socorro!?

Ai é assim serelepepé, coisa que não sei o que é (!), pois então amanhe-se, eita!!!

Eitoquinhas


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Dezembro de 2009

manuela baptista disse...

Eita!!!

mas afinal para quê tanta página se o assunto para trás é que está giro!!

Podemos pôr a cabeça no chão e os pés para o ar e talvez sejamos todos sugados pelo tal buraco negro e aí resolvem-se as questões aparentes...

Porque após um buraco negro podem sempre aparecer dois buracos negros, ou três sei lá!

A Linda não sabe mas "Sei lá!" é como as tias aqui do Estoril falam ou seja as dondocas!

Está bem de ver que não estou a pescar nada desta confusão...

Não querem ir discutir lá para cima??

manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Ainda bem que vieste recentrar a discussão no tema proposto à reflexão que, com toda a seriedade e calor, reafirmo!

Afinal, vieste em socorro de quem, da Linda ou de mim mesmo!?

Está decidido, aqui, de agora em diante é para reflectir sobre a hipótese que paulatinamente venho equacionando, para demais assuntos, toca a discuti-los lá para cima e não se acanhem com as declarações de amor em que, eventualmente, tropecem!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Dezembro de 2009