segunda-feira, 4 de junho de 2012

TO HER MAJESTY THE QUEEN



A  SUA  MAJESTADE  A  RAINHA  ISABEL  II  DE  INGLATERRA

Minha Senhora,
Assim me dou à liberdade de Vos tratar por me parecer ser esta, sem Vos faltar a todo o respeito que me mereceis, a forma de abordagem mais afetuosa e, logo, mais próxima também.
Tendo sensivelmente a idade de minha mãe, a Vossa Alteza, por ocasião da Celebração do Jubileu de Diamante do Vosso Reinado, profundamente gratificado, Vos escrevo congratulando-Vos como se a ela própria, a minha mãe me dirigisse.

Sessenta anos de reinado.
O que Vos terá passado pelas mãos ...
É Obra!
Dificilmente o consigo imaginar pese embora a imaginação não ter limites.
Ou melhor, imagino-o mas com toda a descrição e deferência.
Não, não sou monárquico, republicano tão pouco, antes vejo nos dois sistemas de governação, quer se trate de uma Monarquia Constitucional como a Vossa que na mais velha Democracia dá cartas ou numa República Democrática, ambas ancoradas no Estado de Direito, vantagens e inconvenientes ou, se quiserdes e melhor dizendo, complementaridades à volta das quais, quantas vezes, se alimentam artificiais contendas que não levam a lado nenhum.
Há, provavelmente, outros tantos sessenta anos que minha mãe governa sem que me sinta minimamente lesado na minha governança antes dando graças por à sua, na complementaridade com a minha, a pressentir!

Todos chegámos até aqui e, por isso mesmo, todos somos muito antigos.
Vossa Alteza transporta Consigo e, para lá da Vossa Obra Residual de que sois o fiel guardião, a simbólica da História do Reino Unido bem como a de toda a Commonwealth para não dizer e em grande parte, aquela do Mundo.
Eu transporto comigo o residual dos meus antepassados próximos e distantes e, por isso, de mim mesmo também e a simbólica daquilo que escrevo.
Negam-se estas fontes de poder entre si ou estas com aquelas que do Povo, diretamente, emanam?
Poderão as primeiras ser escrutinadas pelo voto popular?

Todos nós governamos, reinamos e, por vezes, quanto mais residual mais simbólica é essa governança, mais efetiva ela se torna também.
Residual ou o que resta, o que permanece para lá de todos os poderes de emanação popular.
Simbólico ou o que encarna a imagética que representa aquilo que é abstrato, um povo ou uma nação, uma singularidade.
A ambos, residual e simbólico, não vejo como possam ser sufragados pelo escrutínio do voto e, sobretudo, quando Vossa Alteza tal como, modestamente, eu próprio, à Democracia fazemos absoluta questão de preservar.
Melhor, em ambos, no residual como no simbólico residem, quer seja em República como em Monarquia, a raiz e a fonte da salvaguarda dos direitos humanos e, logo, da Democracia.

Representais a mais velha e consolidada Democracia do Mundo.
Não é qualquer coisa!
E estais há sessenta anos, com que estoicismo, à frente dela tal como minha mãe, estoicamente, resiste a todas as adversidades.
Perdoai-me mas não posso deixar, admirado, de Vos ver assim, na relatividade mas também na proximidade que com aquela de minha mãe se identifica.
E ao ver-Vos como se à minha própria mãe a visse, somadas todas as responsabilidades ou a cruz que arcais, como nós os católicos e Vós mesmos diríeis, sem nenhuma presunção e reconhecido, nesta ocasião, a Vós me dirijo perguntando em quê, no fardo que carregais, dele Vos poderei aliviar?
Tal como o faria e faço com minha mãe.

Uma vez mais, do fundo do meu coração, reconhecido e no melhor espírito da mais Velha Aliança, Vos congratulo e saúdo, desejando-Vos, com saúde, muitos mais anos de vida e de reinado.

Vosso

Sincerely Yours




Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Junho de 2012

5 comentários:

Hanaé Pais disse...

Hum???

Jaime Latino Ferreira disse...

HANAÉ PAIS


Não minha querida amiga, não me enganei ...

Sei bem do que escrevo!


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Junho de 2012

manuela baptista disse...

bonito!

pois reinem então as mães

e o primogénito, de sua, dela, majestade, que não te oiça

pois por este andar, não terá oportunidade nenhuma...

ki.ti disse...

Nonsense!!

eu sou republicana de espinha

e depois, inglês por inglês, prefiro o Cameron, que tem o gato Larry para lhe caçar os ratos que habitam as ruas de Londres, as casas dos lordes e da tia Camila.

Anónimo disse...

God save the Queen!


Beijinho para si, Jaime