sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PORQUÊ


Igor Lihovidov, Fall Color Stories



Porque será que, invariavelmente, aqueles que a mim me parecem ser os meus textos mais acutilantes e profundos como este último, plataforma estratégica global que escrevi, afinal, são também aqueles que menos reações suscitam?
São aqueles que desencadeiam menos likes ou gostos ou menos comentários, visitas, eventualmente?
São aqueles que provocam, aparentemente, maior indiferença?

Perpassa-me, muitas vezes, a sensação de que as pessoas vivem de tal modo submersas nas suas mais do que compreensíveis circunstâncias que delas são incapazes de se distanciar, fechadas que ficam nas suas modorras.
Generalizar é sempre um pau de dois bicos e, imagino, quem me ler tenderá a não se rever naquilo que acabei de escrever, no entanto …
No entanto, ai de quando a reflexão sai dos cânones habituais fazendo apelo a isso mesmo, à reflexão e não menos à sistematização ou, se quiserdes, ao distanciamento do nosso comum rame-rame ou das nossas pequeninas ainda que mais do que legítimas, esmagadoras e prioritárias agendas particulares.
É incómodo, eu sei.
Mas, quando tal acontece, fico sempre com um amargo de boca que a mim mesmo, em ricochete me atinge, como se a mim próprio me interpelasse:
Então, Jaime, desorbitaste ou quê?
E é aí que leio e releio procurando pontas soltas naquilo que escrevi ou qualquer coisa que ao meu raciocínio o torne menos consequente, estruturado ou, quiçá, mais nebuloso.
E não o encontro!

Porque será …?
Por todas as razões enunciadas e por mais uma:
Não sou daqueles que visitam os outros para que os outros me visitem a mim.
Nem me sobraria tempo para o que quer que fosse quanto mais para aquilo que escrevo e que para mim muito embora, julgo, não apenas para mim, tem absoluta prioridade.
Opções.
Os meus textos ou valem por si ou não o valerão de todo!


obrigado a todos a quem esta minha sensação sempre os constituem como honrosa exceção



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Fevereiro de 2013



1 comentário:

ki.ti disse...

Eu então reajo, a maior parte das vezes com uma salto

não te podes queixar