quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

UMA SIMPLES METÁFORA E UM DIÁLOGO PROFÍCUO





METÁFORA


Sendo certo que o ritmo da Igreja não corresponde àquele da espuma dos dias nem tão pouco ao ritmo singular da vida de cada um de nós já que, se assim fosse, ela não teria sobrevivido como a instituição milenar que é e ainda a propósito do meu post anterior, aqui fica, agora em destaque, esta simples metáfora:

Quando não se querem ver as ovelhas tresmalhadas não se podem arrebanhar e trazer todas, de uma só vez, ao redil.
É preciso estabelecer prioridades, apaziguar umas, primeiro, aquelas que mais ameaçam a integridade do rebanho e depois, só depois, pôr o enfoque nas outras dando-lhes a devida atenção e merecimento.
Quando a todas se quer reconciliar em simultâneo, corre-se o risco de perder quer umas, quer as outras tresmalhando, de vez, todo o rebanho.


DIÁLOGO

PMA - Uma outra metáfora: Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: “Abraão!” Ele respondeu: “Eis-me aqui”. Então disse Deus: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei”.


JLF - Meu Caro, não faças batota e, então, não deixes a metáfora a meio:
A batota é a mãe de todos os fundamentalismos e podendo seres muitas coisas, fundamentalista é que tu não és. Isaque, numa prova de fidelidade a que Deus sujeitou Abraão, foi poupado e a descendência de Abraão, pesasse embora a sua idade avançada, multiplicou-se por toda a Terra.
Abraços, meu excelso provocador nato, mas ainda bem que me provocaste porque o esforço a que me obrigaste não foi inglório.
Safado!

PMA - Mais que uma metáfora é uma dúvida sobre a eleição papal que, como sabes, é feita por inspiração do Espírito Santo, sendo pedido ao eleito, por Deus, um sacrifício …

JLF - Com certeza … e desde quando é que o exercício do Ministério não é, em si mesmo, um sacrifício ou uma cruz sendo certo que, como nunca, a apontar, tendencialmente, aos mais fracos e debilitados de nós como a sua própria resignação, aliás, sinaliza!?
Espírito Santo ou eu, o Outro e o outro eu, plasmados em Trindade Santíssima, assim o resumiria eu!
Especificando: eu, eu mesmo, o Outro ou o conjunto de nós, Deus, se quiseres, e o outro eu, o meu próximo igual!
Meu Caro,
Desculpa-me mas voltemos à citação que tu próprio, interpelando-me, truncaste conferindo-lhe uma certa ambiguidade o que me terá deixado um tanto confundido:
A metáfora nela incluída, sem truncagens e aplicada à Igreja no seu processo histórico e pesem embora todos os sinais contraditórios, tomando a Igreja, lato senso considerada, por Abraão e Isaque como cada um dos seus constituintes, também lato senso considerados ou todos nós, o que sugere, isso sim, é que por maiores que sejam as provações a que esta ou estes estejam sujeitos, em vez de se acantonarem, confinarem ou contraírem, pelo contrário, em sinal de abertura, se deverão expandir, em suma, abrir e desculpa-me o pleunasmo.
Afinal, tal como este nosso profícuo diálogo!

PMA - Claro!


ao meu Amigo PMA sem o qual este diálogo não teria sido possível e a quem lhe pedi autorização para aqui o editar, publicado e desenvolvido que foi, em primeira mão, no mural do meu facebook sendo certo que ao sacrifício, Deus, mesmo se com ele nos põe à prova também a ele nos sabe poupar



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Fevereiro de 2013