sexta-feira, 1 de julho de 2016

ORIGINAIS




Wassily Kandinsky, Composition VI, 1913








Tudo o que escrevo, refiro-me à música das minhas palavras ou à harmonia nelas implícitas, aos implícitos resultantes da sua conjugação, são originais.
Originais ao sabor dos acontecimentos relevantes sobre os quais vou tomando posição e que desta minha perspetiva importa, julgo, não deixar passar em claro.

Nada do que publico é aleatório ou casuístico.
Obedece à minha agenda, ela mesma e ao correr da pena transparente.
Porquê?
Porque se tem originalidade, singularidade e urge deixar registada, não tem dúbios interesses escondidos, expõe-se.
E é assim que, constando, o que escrevo não se aliena.

Se todos somos originais, únicos, irrepetíveis, uns há cuja visão releva.
Tal vai da importância que nos damos a nós próprios, nada de condenável em si mesmo, sublinhe-se e da capacidade de por artes e ofícios a essa visão a exprimir.
A que importância me dou?
Àquela que o que escrevo traduz e assim, em pensamento sistemático, expondo-me, se revela.
Importará mesmo o que vos escrevo?
Só o tempo o dirá mas ele passa, se passa e ajuíza.







labiríntico, o tempo ou o ritmo, o som que à música a definem e que só o silêncio, o repouso da escrita potencia, são os juízes da História










Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Julho de 2016